São José dos Campos - 26/02/2012

                                             Mariana Trigo  -  TV PRESS

 

Arquiteto por formação e um leitor ávido, este carioca Alexandre Barillari assegura que sempre seguiu à risca um conselho de sua mãe: "Saber não ocupa espaço". Assim, o ator carioca nunca restringiu-se apenas à atuação. E foi dessa forma que o ator conseguiu driblar seus pais, que queriam que ele fosse general do Exército. Por isso Barillari chegou a manter uma vida dupla e estudar Teatro escondido. Dessa forma, conseguiu seguir a profissão até estrear na tevê como o Antônio de "Salsa e Merengue", em 1996. De lá pra cá, seus personagens quase sempre valorizavam seu biotipo atlético. Principalmente Urias, seu papel de maior destaque na Record. Para viver o guerreiro do exército do rei de Israel, na minissérie "Rei Davi", o ator experimentou uma imersão histórica por meses. Além dos workshops proporcionados pela emissora e de todo o preparo pessoal, Barillari fez questão de analisar os conflitos de Urias sob o ponto de vista de quem vivia no Século 10 a.C. "O mais difícil é o distanciamento da nossa realidade. As certezas sobre aquela época são poucas e as fontes nem sempre são confiáveis", diz.


TRAIÇÃO - O personagem de Barillari vai ser traído pelo seu chefe e mestre, o Rei Davi, de Leonardo Brício. Depois de um encontro casual com Bate-Seba (Renata Dominguez), a mulher de Urias, Davi se apaixona por ela e faz um filho nela. Desleal, Davi ainda pede que Urias passe um tempo em casa e com sua mulher como merecimento de seu trabalho. Na verdade, só pretende não levar a culpa por ser o pai do filho bastardo. Mas Urias não aceita.

MORTE - Furioso, Davi ordena que Urias vá para a frente da batalha. O impulso do Rei causa a morte de seu fiel general: Urias morre com uma flechada e uma espada fincada no peito. Como castigo divino, o filho de Davi e de Bate-Seba nasce morto. "Isso tudo causa o declínio do reinado de Davi. Era normal os homens passarem muito tempo distantes. A espada era mais importante que a mulher naquela época. Mas Bate-Seba era à frente de seu tempo e quis o amor romântico, do Século 19, que Urias não poderia dar a ela", analisa. Para se acostumar aos pensamentos e hábitos de mais de 1000 a.C., Barillari recorreu à muita leitura, pesquisou a História do povo hebreu e, principalmente, se dedicou às aulas de luta. Por ser um forte combatente do exército de Davi, Urias sempre aparece em lutas, que são coreografadas por semanas. Mesmo com tanto preparo histórico para Urias, o papel que Alexandre considera como o mais emblemático de sua carreira foi o temido vilão Guto, de "Alma Gêmea", da Globo. O personagem matava a protagonista Luna, de Liliana Castro, no primeiro capítulo da história de Walcyr Carrasco.

 

www.alexandrebarillari.com.br por Luciana Basile

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