MÚLTIPLAS FACETAS DE ALEXANDRE BARILLARI


Além de ator completo que também dança, ele é arquiteto de formação, estudioso do português e está finalizando um livro.

                                   CUIABÁ - 3/8/2008 - edição 6117


Homem de sorriso largo, simples e um estudioso da língua portuguesa. Assim é Alexandre Barillari, de 35 anos, ator, dançarino e, pasmem, arquiteto. Sempre em busca de algo além da profissão de ator, Alexandre, que integrou o elenco de Caminhos do Coração, da Record, já está envolvido no projeto de uma nova novela da emissora. Além disso, escreve um livro e se prepara para realizar o grande projeto dramático de sua vida. Em temporada no Mato Grosso, faz espetáculos diários no Marcos Frota Circo Show e protagonizou a campanha do Clube do Assinante do jornal A Gazeta, criação da DMD Associados. Já esteve em Rondonópolis e depois da capital segue para Cáceres. Admite que o calor humano do público mato-grossense superou suas expectativas e confessou que adora o trabalho que realiza no Marcos Frota Circo Show.

GD - Então já está se preparando para uma nova novela na Rede Record?
Alexandre
- Sim, vou fazer uma do Lauro César. Ainda não sabemos o nome da produção, mas o projeto já está bem avançado. No entanto, nós, os atores, só entramos quando já está tudo pronto, ou seja, devemos começar a gravar em janeiro é quando ficaremos sabendo mais sobre os personagens e como se chamará a novela.

GD - Além desse, há outros projetos?
Alexandre - Sim, vou realizar o sonho da minha vida que se chama Shakespeare do Samba. Vamos à Inglaterra gravar um documentário, dirigido por Miguel Falabela, onde trabalharemos com o cenário das 39 peças do dramaturgo inglês.

GD - E o livro que está escrevendo?
Alexandre - Se chama "Um mar sem norte" e está praticamente pronto, mas não tenho pressa. Discuto todos os textos nos encontros literários que tenho semanalmente com os meus professores.

GD - E essa relação com o circo?
Alexandre - É duradoura, antiga e muito prazerosa. É uma paixão que começou em 1997, quando eu fazia a novela Salsa e Merengue, na Globo. Fui convidado para fazer uma participação, em Salvador (BA). Já em 98, quando fazia Malhação, viajei com o circo pelo Estado de Minas Gerais e depois disso, nunca mais parei. Já perdi as contas de quantas cidades passei. O que me atrai no circo é que o publico é diferente, o que exige uma postura diferente entre ator e platéia. O circo é um grande show nas cidades pequenas e, o ponto alto, ou, a cereja do bolo, é ver o sorriso das crianças. Muitas delas estão indo ao circo pela primeira vez e, assim como foi para mim, a noite será inesquecível. É encantador.

GD - Você participou de vários quadros de dança, no picadeiro você exercita o lado dançarino?
Alexandre
- Claro, sou um ator com vocação para isso. O Marcos Frota Circo Show não trabalha com animais, assim como o Cirque du Soleil. Entendemos que o picadeiro é um lugar para o artista mostrar o seu talento. Na minha apresentação mostro um pouco do ritmo brasileiro e procuro alinhar o ritmo à região. Minha primeira novela foi Salsa e Merengue, em razão disso fui fazer dança de salão com o Jaime Arouxa. Mas eu não era um dançarino, era um príncipe de baile de debutantes que ao invés de dançar valsa, dançava salsa e, fora da novela fiz isso em muitos bailes de debutantes.

GD - O que dançou em Cuiabá?
Alexandre
- O forró. Não podemos esquecer que eu apresento a dança de salão. Conheci o rasqueado, mas essa é uma dança típica local.

GD - Você teve curiosidade de aprender o rasqueado?
Alexandre - Sim, mas o tempo é curto.

GD - O que você gosta de fazer quando não está trabalhando ou estudando?
Alexandre - Sou caseiro, mas me divirto muito com minhas aulas de língua portuguesa e literatura brasileira, às segundas-feiras, e os meus encontros com Camila Amado, às sextas-feiras.

GD
- O personagem Ramon, em Caminhos do Coração, foi seu terceiro papel como vilão. Como foi a experiência?
Alexandre
- Passei a julgar o vilão como aquele que ousa atingir a tragédia. Não posso dizer que um mau-caráter, um esperto, é um vilão. Senão, quase todos seriam vilões. O Ramon é um vilão, assim como o Guto, de Alma Gêmea, da Rede Globo. Quando me preparei para a novela global, passei três dias no presídio Ary Franco, no Rio de Janeiro, para conversar com pessoas que tinham atingido essa tragédia. Tive aulas com a Camila Amado. Eu preciso internalizar o personagem.

GD - Você prefere fazer vilão ou mocinho?
Alexandre  - O vilão atiça um lado da nossa personalidade que não vem à tona facilmente. Por isso, é interessante. O vilão é destaque na maioria dos capítulos. Isso é muito interessante.

GD  - Você é formado em arquitetura. Chegou a atuar na área?
Alexandre - Na verdade, continuo atuando. Não vivo disso, mas virou hobby. Quando realizei o sonho de ter a minha primeira casa comprada com o meu trabalho, fiz do jeito que eu queria. Eu me debrucei sobre a prancheta, fiz chão, parede e teto. Quando alguns amigos precisam, sempre tenho o prazer de ajudar. Mas com a seguinte diferença: não uso computador e sim prancheta mesmo. Entrei na faculdade com 16 anos e antes era tudo manual mesmo. Adoro o que faço.

Elaine Perassoli - Da Redação

  


 

 13/04/2009 - Barillari está em Três Lagoas para se apresentar durante toda a semana no Marcos Frota Circo Show

Avesso a badalações, com exceção a freqüência no carnaval de Salvador, o simpático e grande estudioso da língua portuguesa Alexandre Barillari, de 34 anos, nos recebeu no quarto do Hotel Vila Romana, onde está hospedado em Três Lagoas. Durante toda a entrevista, mostrou-se totalmente estudioso e “tarado” por Shakspeare, projeto que faz parte de seus planos futuros na execução do vídeodocumetário “Shakespeare dá Samba”; este será exibido pelo canal GNT. A denominação de “tarado” é da crítica Bárbara Heliodora, engajada no projeto com Alexandre. Bárbara encontrou no ator uma paixão comum pelo maior dramaturgo que já existiu. Ambos começam a filmar o documentário em abril com o roteiro de Miguel Falabella. As filmagens vão ocorrer em seis cidades da Inglaterra, que foram fundamentais para a criação das peças de Shakespeare. Para saber mais, acessem o site www.shakespearedasamba.com

EM TRÊS LAGOAS

Barillari está em Três Lagoas para se apresentar durante toda a semana no Marcos Frota Circo Show. Para o ator, que concilia seus trabalhos com apresentações no circo há 12 anos, o picadeiro transcende energia metafísica com misto de alegria e satisfação. “Eu e o Marcos temos mais de uma década de parceria na revitalização do circo no Brasil”, afirmou o ator.

CARREIRA

Com oito novelas entre a rede Globo, Sbt e Record, a novela que levou o ator para os braços do público foi Salsa e Merengue da rede Globo, em 1996, quando viveu Antônio. Barillari também participou de Malhação; na novela, viveu Tadeu de 1998 ao início de 2000. Após Malhação fez uma participação rápida na novela global o Cravo e a Rosa, quando fez Edmundo. Ainda em 2000 foi para a rede Record e encarnou Aquiles na novela Vidas Cruzadas. Em 2003 ele atuou ao lado da atriz Mariana Ximenes na trama global das seis, Chocolate com Pimenta, quando deu vida a Beto. Interpretou o doutor Fábio na trama global de Aguinaldo Silva, Senhora do Destino em 2004. Mais uma vez teve papel de destaque na Globo quando se revestiu do vilão Guto em Alma Gêmea do autor e amigo pessoal Walcyr Carrasco. Em 2006, foi para o Sbt para viver Gustavo Palhares na novela Cristal. Em seguida retornou para a rede Record na pele de Ramon Fusily que transformava-se em um lobisomem na ficção Caminhos do Coração.

BATE PAPO

JPTL: Como foi o início de sua carreira artística?

Alexandre: “Minha primeira aparição na TV foi aos nove anos, na primeira versão do Sítio do Picapau Amarelo. Participei de vários episódios; fiz o Pinóquio, o João (do conto João e Maria) e em um outro fui um índio. Além disso, sempre participei de um grupo de teatro amador”.

JPTL: Quando veio o sucesso de verdade?

Alexandre: “Sem sombra de dúvidas foi quando interpretei Antônio, de Salsa e Merengue. Na trama, fui o filho da atriz Arlete Salles que tinha um buffet e um Cerimonial no subúrbio do Rio de Janeiro e fazia bailes de debutantes. Nesse período, viajei o Brasil inteiro para participar de bailes de debutantes Em que não dançava valsa e, sim, salsa, justamente como o personagem  na novela”.

JPTL: Você é formado em Arquitetura pela UFRJ, como partiu para o lado artístico?

Alexandre: “Partir para o lado artístico foi a contragosto de meus pais, não vivo de arquitetura hoje e a exerço como um hobby, é diletantismo puro. Tanto que meu apartamento no Leme (Rio de Janeiro), fui eu quem desenhei”.

JPTL: Você já passou pela Rede Globo, Sbt e Record, o que nos diz sobre “apadrinhamento” para os atores conseguirem se encaixar nas tramas, levando em conta que a maioria dos protagonistas sempre são os mesmos?

Alexandre: “Eu não chamaria de apadrinhamento e, sim, de Afinidades Eletivas, em que cada autor deseja casar a sua combinatória de palavras e a organização dos conteúdos do seu pensamento com a expressão definitiva de um ator. As afinidades existem, e cada autor tem o livre arbítrio de escolher quem acha que vai viver melhor seu personagem”.

JPTL: Quais foram as pessoas que mais contribuíram para seu crescimento pessoal e profissional?

Alexandre: “Posso dizer que Miguel Falabella e Walcyr Carrasco foram duas presenças muito fortes em minha carreira”.

JPTL: De onde surgiu essa parceria com o circo?

Alexandre: “O Marcos sempre levou colegas para o circo; nossa parceria surgiu quando fiz a novela Salsa e Merengue. Minha participação nos picadeiros completou 12 anos”. No circo, passo diversas datas comemorativas e até meus aniversários, sinto como se fosse da família, como se fosse  parte da minha vida”.

JPTL: Como analisa a programação da TV brasileira hoje?

Alexandre: “Acredito que a TV continua mostrando o que o povo quer ver. Se não existe audiência, não há investimento; e se não há subvenção, não há programação. Um exemplo claro disso é quando a Globo gasta uma fortuna na produção de um segmento cultural, como a A Pedra do Reino e Capitu, exibidos recentemente. A audiência foi um fiasco, mas foi prestigioso para o canal, o que compensa os prejuízos. Em síntese, a programação é conseqüência dos anseios de uma massa espessa que projeta na programação os seus desejos, dos sórdidos aos louváveis".

Thiago Esteffanato

FOTOS DA ENTREVISTA






 

 

www.alexandrebarillari.com.br por Luciana Basile

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