"EU ME ACHO ESQUISITO" - 07/11/2007

Em entrevista exclusiva ao Famosidades, o ator Alexandre Barillari revela este e outros segredos de sua carreira e vida pessoal. Alexandre se formou em arquitetura aos 20 anos, mas preferiu seguir a carreira artística. É certo que Nelma e Adilson Barillari sonhavam com outro futuro para o filho. Nascido em uma família de militares, esse seria o caminho natural do ator.
"Minha primeira aparição na TV foi nos anos 80, quando fiz um episódio do 'Sítio do Picapau Amarelo'. Meus pais achavam bonitinho, mas não imaginavam que eu seguiria adiante", conta. Às escondidas, o carioca estudava teatro à noite. Foi difícil assumir sua vocação. "A mudança só começou quando fiz a novela 'Salsa e Merengue', pois estreei em um papel interessante. Hoje, eles me apóiam", diz Barillari. O vilão Ramon, da novela "Caminhos do Coração", da Rede Record, também já participou de dois programas de dança. "Sou um ator com vocação para isso. Procuro exercitar meu corpo e minha voz, mas estou parado em razão de um acidente que tive durante as gravações da novela", afirma ele, que está fazendo fisioterapia por uma conta uma torção em um dos tornozelos.

Mas Barillari não é fã de baladas, pelo contrário. "Sou tão caseiro que chega a irritar. Gosto de passar os dias livres lendo, escutando música, estudando... Eu mesmo me acho esquisito", desabafa. O único evento que faz questão de comparecer é o Carnaval de Salvador, na Bahia.

Confira os principais trechos da entrevista do ator ao Famosidades:

FAMOSIDADES - O personagem Ramon, em "Caminhos do Coração", é o seu terceiro papel como vilão. Como está sendo essa experiência?
ALEXANDRE BARILLARI - Passei a julgar o vilão como aquele que ousa atingir a tragédia. Não posso dizer que um mau-caráter, um esperto, é um vilão. Senão, quase todos seriam vilões. O Ramon é um vilão, assim como o Guto, de "Alma Gêmea", da Rede Globo. Quando me preparei para a novela global, passei três dias no presídio Ary Franco, no Rio de Janeiro, para conversar com pessoas que tinham atingido essa tragédia. Como eu, Alexandre, ator, vou lidar com um personagem que comete um crime? Fui ter aulas com a Camila Amado. Brinco que estou em vias de erguer um altar para ela na minha casa e fomos para a filosofia.

FAMOSIDADES - Você prefere fazer vilão ou mocinho?
ALEXANDRE BARILLARI - O vilão atiça um lado da nossa personalidade que não vem à tona facilmente. Por isso, é interessante. É muito distinto de mim. Todos nós gostamos de quem diz o que pensamos, mas não temos coragem de dizer, não é verdade? Ou, então, de quem faz o que gostaríamos de fazer e não fazemos. Pois é, com os vilões acontece mais ou menos a mesma coisa... E outra, o vilão é destaque na maioria dos capítulos. Isso é muito interessante.

FAMOSIDADES - Seu personagem faz tudo por dinheiro e pressão. E você, já fez algo forçado?
ALEXANDRE BARILLARI - Acredito que todos nós vivemos sob pressão, principalmente interna. Quando queremos algo, nos esforçamos para que aquilo aconteça, sem medir esforços. Muitas vezes não pensamos em como iremos conseguir e fazemos coisas sem perceber. Ramon comete erros e depois se arrepende. Quando era mais novo e imaturo, tive atitudes que não teria hoje. Com o tempo vamos amadurecendo.

FAMOSIDADES - Como tem sido a reação do público quando te encontra na rua?
ALEXANDRE BARILLARI - Hoje em dia, o vilão não apanha mais. As pessoas entendem o que é ficção e o que é vida real.

FAMOSIDADES - Você é formado em arquitetura. Chegou a atuar na área?
ALEXANDRE BARILLARI - Na verdade, continuo atuando. Não vivo disso, mas virou hobby. Quando realizei o sonho de ter a minha primeira casa comprada com o meu trabalho, fiz do jeito que eu queria. Eu me debrucei sobre a prancheta, fiz chão, parede e teto. Quando alguns amigos precisam, sempre tenho o prazer de ajudar. Mas com a seguinte diferença: não uso computador e sim prancheta mesmo. Entrei na faculdade com 16 anos e antes era tudo manual mesmo. Adoro o que faço.

FAMOSIDADES - Seus pais te apoiaram no início da carreira?
ALEXANDRE BARILLARI - Não. Eles queriam que eu seguisse a carreira militar e optei pela de ator. Minha primeira aparição na TV foi nos anos 80, quando fiz um episódio do "Sítio do Picapau Amarelo". Fui levado pela comediante Nádia Maria, que era amiga da minha família. Eles achavam bonitinho, mas não imaginavam que eu seguiria adiante.

FAMOSIDADES - Até hoje eles não aceitam?
ALEXANDRE BARILLARI - Essa mudança só começou quando fiz a novela "Salsa e Merengue", porque aí estreei em um papel interessante. Quando o porteiro do seu prédio gosta, sua madrinha gosta, o vendedor ambulante da praia gosta e seus pais não gostam, eles vêem que há alguma coisa equivocada nisso tudo. Hoje me apóiam. O lado positivo é que a minha mãe é crítica. Nem tudo o que faço ela acha maravilhoso e adora dar conselhos.

FAMOSIDADES - Você participou do quadro "Dança dos Famosos", da Rede Globo, e depois do "Bailando Por um Sonho", no SBT. Ainda pratica a dança?
ALEXANDRE BARILLARI - Sou um ator com vocação para isso. Procuro exercitar meu corpo e minha voz. Minha primeira novela foi Salsa e Merengue, em razão disso fui fazer dança de salão com o Jaime Arouxa. Mas eu não era um dançarino, era um príncipe de baile de debutantes. Depois disso, sempre para um espetáculo, para outro, temos que ter o corpo preparado para dança ou outra investida. Nunca fiz dança de salão de maneira muito disciplinada, mas sempre dei meus passinhos. Tango nunca dancei, salsa eu já gostava. Atualmente, estou parado em razão de um acidente que tive durante as gravações da novela, mas sempre que posso, procuro dançar.

FAMOSIDADES - Você já fez um ensaio sensual. Como foi? Posaria nu?
ALEXANDRE BARILLARI - No início do ensaio, estava um pouco assustado. A foto é como um olhar do outro, você não sabe como está refletindo. De qualquer maneira, adorei o resultado e a equipe me deixou muito à vontade. No começo foi um transtorno, as noites que anteciparam ao ensaio foram sem sono. Mas depois gostei muito. Isso não significa que posaria nu. Eu não faria isso jamais.

FAMOSIDADES - Gosta de baladas?
ALEXANDRE BARILLARI - Sou tão caseiro que chega a irritar. Gosto de passar os dias livres lendo, escutando música, estudando... Eu mesmo me acho esquisito. Balada mesmo só quando preciso comparecer por algum motivo em determinado evento. O único agito que gosto é do Carnaval. Todos os anos vou para Salvador.

FAMOSIDADES - Mesmo sendo caseiro, você se diverte?
ALEXANDRE BARILLARI - Eu me divirto trabalhando. O mais importante é brincar no trabalho e não com o trabalho. Amo que faço.

FAMOSIDADES - Está solteiro?
ALEXANDRE BARILLARI - Agora estou solteiro, mas tenho o sonho de me casar. Até agora não rolou de achar alguém especial para que isso se concretize.

FAMOSIDADES - Como você lida com o assédio feminino?
ALEXANDRE BARILLARI - Eu adoro, é o reconhecimento do nosso trabalho. Temos que dar valor, mas também é importante que tenha respeito e isso acorre.

FAMOSIDADES - Quais são os seus projetos futuros?
ALEXANDRE BARILLARI - Estou escrevendo o livro "Um Mar Sem Norte". Trabalho há anos neste romance e 80% dele já está pronto. Em breve devo publicá-lo.

(LUANA GODOY -  São Paulo)

Edição 32

"VILÃO NAS TELINHAS... BOM MOÇO NA VIDA REAL"

Quem acompanhou os últimos trabalhos de Alexandre Barillari na televisão não pode imaginar o quanto ele é diferente de seus personagens. Os malvados Gustavo e Guto das novelas Cristal (SBT) e Alma Gêmea (Globo) são, cada qual a sua maneira, desprezíveis. Já o ator que deu vida aos vilões é admirável. Inteligente, atencioso, talentoso e bonito, o rapaz demonstra consciência e maturidade ao falar da carreira e da vida pessoal. Mas, quando se matriculou num curso de teatro aos dezesseis anos de idade, Alexandre não estava assim tão consciente do que isso representaria em sua vida. Ao mesmo tempo ele ingressou na faculdade para cursar arquitetura. Hoje a profissão do diploma é hobby e a carreira de ator é paixão. Mas ele não para por aí. Alexandre antecipa que em breve deve entrar para o seleto e privilegiado grupo de escritores do país.
Provavelmente no primeiro semestre do ano que vem será lançado o seu primeiro livro, um romance. Você vai perder?

Nome completo: Alexandre Barillari de Almeida
Local de nascimento: Copacabana, Rio de Janeiro
Data de nascimento: 19/03/1974
Signo: peixes
Altura: 1,80 m
Peso: 80 kg
Estado civil: solteiro
Filhos: não
Cidade onde mora: Rio de Janeiro
Profissão: ator, arquiteto e escritor
Minicurrículo/Trabalhos de destaque
TV:
Salsa & Merengue (primeira novela) e Alma Gêmea
Teatro: South American Way (musical de Miguel Falabella e Maria Carmem Barbosa)
Cinema: estou trabalhando num filme chamado Inversões, ainda sem data de estréia
Esporte: ando de bicicleta, nado e malho.
Time do coração: Flamengo
Melhor viagem: Holanda. País que segundo Camus, em A Queda, é um sonho, um sonho de ouro e de fumaça
Sonho ainda não realizado: fazer Arthur Rimbaud no teatro quando eu era mais moço. Creio que o  tempo passou, mas Rei Lear me espera!
Medo: Não tenho. Nem mesmo a morte me amedronta.
Loucura de fã: mais do que loucura, o caso é patológico e envolveu até polícia. Certa vez, fui apresentar um festival de cinema numa cidade brasileira. No hotel, meus pertences começaram a desaparecer. Depois de algum tempo e investigações da polícia, descobri que uma das patrocinadoras do festival, estava com as minhas coisas e que me devolveria caso lhe fizesse uma visita íntima.
Manias: anotação. Sou muito desorganizado, então costumo anotar tudo.
Comida preferida: ovo frito. Até hoje não comi um ovo frito igual ao da minha avó
Mulher ideal: deve ter um pouco de beleza e humor e muito de inteligência. Adoro me comover com a inteligência de uma mulher.
Animal de estimação: não tenho. Gostaria de ter um cavalo
Livro: A Jornada do Escritor, de Christopher Vogler.
Ídolo: meus ídolos são literários. Machado de Assis e Cândido Mendes de Almeida
Frase: saber não ocupa espaço.
Cuidados com a beleza: não tenho muitos. Na verdade tenho fases em que me preocupo com a imagem, seja por questões pessoais ou profissionais. Nestes períodos controlo a alimentação, cortando o consumo de gordura e açúcar.
Plástica: nunca fiz, mas se há o avanço do homem, o progresso, a tecnologia... Quando julgar necessário, não hesitarei.
Roupa e acessórios preferidos: jeans, camiseta branca e óculos escuros com lentes polarizadas. O mundo ganha cores novas e nunca antes vistas.


 

www.alexandrebarillari.com.br por Luciana Basile

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